Nos últimos meses, a inteligência artificial, na saúde ou em outros segmentos, se transformou tantas vezes quanto é possível imaginar, impulsionando avanços surpreendentes e redefinindo o que parecia inalcançável.
A partir da popularização da ferramenta, inclusive para situações do dia a dia, com destaque para o “boom” do ChatGPT, da Open IA, e do aperfeiçoamento de iniciativas como a Alexa, da Amazon, Bard, do Google, ou o Bing da Microsoft, questionamentos acerca dos limites de atuação da inovação passaram a ser mais comuns.
A verdade é que toda nova tecnologia ou aquela que se torna amplamente popular enfrenta dois cenários, não obrigatórios, mas muito comuns: a curiosidade e o medo do seu alcance.
A situação foi presente, por exemplo, no surgimento da Internet, no bug do milênio, ou até na implementação do telefone e da geladeira. O fato é tão corriqueiro que deu origem ao livro “Innovation and Its Enemies: Why People Resist New Technologies” (Inovação e Seus Inimigos: por que as pessoas resistem às novas tecnologias, em português), do autor Calestous Juma (1953-2017).
Na seara da Inteligência Artificial isso não é diferente, inclusive ainda é comum observar o receio de algumas pessoas com a possibilidade da máquina substituir integralmente o trabalho humano.
Na contramão desse posicionamento, o que se vê na prática é que, embora avance de forma rápida, adquirindo contornos inéditos diariamente, a inteligência artificial ainda é uma máquina e, por isso, padece de erros que demandam a supervisão e expertise humanas.
O grande objetivo da IA é possibilitar que máquinas e humanos possam utilizar seu potencial no melhor dos cenários, aumentando a potência de soluções, serviços e do bem-estar geral, principalmente na saúde.
Inteligência Artificial na saúde: afinal, algo novo ou mais do mesmo?
A inteligência artificial já faz parte da cadeia de saúde há algum tempo, sobretudo, em soluções de radiologia e dermatologia.
Mesmo diante desse cenário já conhecido, é inegável que as constantes transformações da tecnologia alçaram a saúde a um novo patamar, guiado pelo diagnóstico em tempo recorde e pela possibilidade de analisar mais dados do que nunca.
O principal reflexo disso está no progresso de CDS – Suporte a Decisão Clínica, que cada vez mais é colocada como foco central dos serviços do setor.
O bem-estar, o tratamento adequado e a segurança do paciente têm sido otimizados através da combinação do potencial da tecnologia com o conhecimento de profissionais especializados.
A exemplo disso, um relatório realizado pela McKinsey e Harvard apontou que quando uma das modalidades de IA, o machine learning (ML), foi implementada em um sistema de saúde as visitas de acompanhamento aumentaram 40% e as readmissões por todas as causas caíram 55%. (coloquei palavras em negrito)
Para além, de acordo com o mesmo estudo, os diferentes tipos de IA (ML, processamento de linguagem neural, limitada, geral ou a superinteligência) poderiam economizar para o setor entre U$$200 e U$$360 bilhões por ano.
Isso porque a IA automatiza tarefas burocráticas, reduzindo erros humanos e administrativos que oneram as operações dos negócios, bem como interpreta dados em escala, proporcionando insights valiosos que impulsionam a tomada de decisões estratégicas.
Dessa forma não há como se falar em uma IA ultrapassada para saúde, visto que ela se renova a cada dia, ou até mesmo hora.
As apostas para o aumento da integração da ferramenta à rotina de hospitais, clínicas, home care e demais instituições da saúde são altas, com vantagens a perder de vista, como é o caso do fortalecimento da chamada Inteligência Artificial Generativa, aquela que pode ser definida, de acordo com o Gartner, como a representada por “métodos de aprendizado de máquina que aprendem sobre conteúdo ou objetos a partir de seus dados e os usam para gerar artefatos realistas totalmente novos e originais”.
Através da Generativa, a Inteligência Artificial executa a criação de códigos de softwares, e pode atuar na facilitação no desenvolvimento de medicamentos e até no uso do ChatGPT como suporte aos pacientes no controle correto dos medicamentos e no tratamento de questões de pré-exame.
Tudo isso surge no cenário que revisita práticas tecnológicas antigas e atualiza inúmeras outras, convidando à reflexão da forma de condução da ferramenta e não de um posicionamento de combate.
Observar os impactos que ela pode gerar nos diferentes segmentos, bem como analisar quais adaptações do mercado são possíveis a partir dessa relação homem-máquina é a melhor alternativa para usar a tecnologia a favor das demandas cotidianas. Abraçar a tecnologia é mais eficaz do que resistir a ela.
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Inteligência Artificial e o segmento de atenção domiciliar à saúde
Na cadeia de serviços da área, o realizado por empresas de atenção domiciliar (SAD) é um dos que mais cresce. De acordo com o último censo feito pelo Núcleo Nacional de Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD), somente em 2022 o setor registrou uma receita de R$ 12,3 bilhões, além de marcar mais de 103 mil postos de trabalho e o atendimento de 346 mil pacientes ano em todo o país.
Outro levantamento, desta vez conduzido pelo Boston Consulting Group e que corrobora o bom desempenho do campo, identificou, ainda, que os cuidados de saúde domiciliar vão ganhar mais força até o fim de 2023, exatamente graças aos avanços tecnológicos orientados, que asseguram uma entrega de cuidados ao paciente com muito mais precisão.
É através da parceria com a Inteligência Artificial e outros avanços digitais, que o setor de home care e SAD se fortalece, pois transforma atividades mecânicas e repetitivas do ciclo de recebíveis em tarefas automáticas. Situações rotineiras, como agendamento de visitas consultas, gerenciamento de medicamentos, controle de escalas e acompanhamento do histórico de saúde, passam a ser realizadas de forma mais eficiente e sem erros significativos, liberando os profissionais de saúde para tarefas mais complexas e de maior valor agregado ao negócio e ao bem estar do paciente.
Ou seja, neste contexto, os esforços das equipes de trabalho podem ser direcionados exclusivamente para um processo de melhoria contínua do atendimento ao paciente.
Dentre as possibilidades da IA para o home care destacam-se as capacidades avançadas de análise de bancos de dados robustos, capazes de processar volumes inimagináveis de informações médicas, resultando em diagnósticos mais rápidos e tratamentos mais eficazes.
Além do papel crucial na monitorização ininterrupta dos pacientes em seus lares, na qual dispositivos médicos conectados à IA, como sensores e wearables, permitem que os cuidadores acompanhem constantemente os sinais vitais dos pacientes e recebam alertas em tempo real caso ocorra alguma anomalia. Assim, há uma resposta mais rápida em situações de emergência e uma redução de hospitalizações desnecessárias.
Por fim, a personalização do atendimento é outra vantagem da IA na atenção domiciliar. Os algoritmos podem checar o histórico médico e as preferências individuais dos pacientes para elaborar planos de cuidados altamente customizados, contribuindo para uma maior satisfação do paciente e para resultados de saúde mais positivos.
Mesmo diante da revolução do home care por meio dessa integração, o contato e supervisão humana são imprescindíveis.
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Por que a expertise humana é essencial ao que se espera com a Inteligência Artificial na saúde?
Em matéria publicada na Gazeta do Povo, César Griebeler, vice-presidente de Tecnologia da Pulsati, define bem a indissociabilidade da relação homem e máquina:
“O contato entre médico e paciente, as conversas e trocas, são fundamentais para o bom desenvolvimento dos casos clínicos. Ainda que as máquinas ganhem vida, nem hoje e nem no futuro, o fator humano poderá ser substituído.
Assim como outros avanços ao longo do tempo nos fizeram resilientes e adaptáveis, a IA chega para ampliar nossas capacidades. Ocupando o papel de serviços rotineiros e mecânicos, nos dá liberdade para inovar, criar e buscar novas formas de seguir avançando de maneira cada vez mais eficaz”, destaca Griebeler.
Diante disso, não há espaço para uma postura reativa ao que já se estabeleceu. Estar à frente da evolução, seja ela técnica ou digital, revela-se como uma escolha mais inteligente, visto que a adaptação deixa de ser forçada e se torna uma estratégia proativa
“Atuando em conjunto, homem e máquina, poderão sim romper barreiras e levar o futuro da saúde a um novo patamar, muito mais integrado, eficiente e sustentável”, reforça o vice-presidente de Tecnologia da Pulsati, César Griebeler.
Limites da Inteligência Artificial no home care e na saúde
Como mencionado anteriormente, no contexto do home care e na área da saúde a IA oferece inúmeras vantagens. No entanto, essas inovações também estão sujeitas a limites significativos, com destaque especial para questões éticas e regulatórias relacionadas à proteção de dados.
A ética de dados torna-se um desafio fundamental, uma vez que o acesso a informações médicas sensíveis pode levar a sérias violações de privacidade se não for devidamente gerenciado.
Nesse sentido, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece diretrizes rigorosas para a coleta, armazenamento e compartilhamento de dados de pacientes.
Garantir a conformidade com essas regulamentações, bem como abordar questões éticas relacionadas à transparência, consentimento informado e a propriedade dos dados, é fundamental para garantir que a IA na saúde e no home care beneficie os pacientes, ao mesmo tempo em que respeita os princípios éticos e legais que regem a privacidade e a segurança dos dados pessoais.
Como Pulsati e SpinCare contribuem para o contexto da inovação tecnológica na saúde
A Pulsati é uma das principais healthtechs do país, que investe de forma sistemática na inovação. Fruto disso é a constante evolução do produto SpinCare – uma ferramenta 100% adaptada a todas as especificidades das empresas de atenção domiciliar.
O software de gestão de home care é inteiramente focado neste setor, atuando de ponta a ponta com tecnologia e automação nas mais variadas etapas do ciclo de recebíveis das operações de empresas do setor.
Dessa forma, facilita o gerenciamento completo de organizações SAD, preocupando-se com o que é mais valioso ao setor de saúde: a satisfação, bem estar e a segurança dos pacientes.