A literatura científica recente demonstra de forma consistente que softwares de gestão em saúde desempenham um papel estratégico na ampliação da eficiência operacional, na melhoria da qualidade assistencial e no fortalecimento da competitividade das organizações. Diversos estudos mostram que a digitalização reduz retrabalho, qualifica o fluxo de informações, integra processos e aumenta a produtividade das equipes administrativas e assistenciais.
Estudos robustos evidenciam que a ausência de softwares estruturados e o uso de registros manuais estão diretamente associados a falhas de comunicação, inconsistências de informação e riscos à segurança do paciente, enquanto plataformas digitais estruturadas reduzem erros, aumentam a completude documental e favorecem uma coordenação de cuidado mais eficiente¹. Ademais, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça que a adoção de ferramentas tecnológicas melhora a acessibilidade, a eficiência e a segurança dos serviços, tornando a digitalização um pilar fundamental para modelos de cuidado modernos².
Pesquisas recentes sobre transformação digital em organizações de saúde apontam ganhos expressivos de eficiência, com destaque para a automação de processos administrativos, otimização do ciclo de receita, aceleração do faturamento e melhor gestão de insumos³. Esses fatores resultam em redução de custos, aumento da capacidade de atendimento e ampliação do faturamento — elementos cruciais para empresas que buscam escalabilidade e vantagem competitiva.
No campo assistencial, a literatura mostra que softwares especializados elevam a segurança e a qualidade do cuidado ao padronizar protocolos, permitir registros clínicos estruturados, garantir rastreabilidade de medicamentos, apoiar decisões clínicas e oferecer visibilidade e compartilhamento, em tempo real das intervenções realizadas⁴. Como consequência, observa-se redução de eventos adversos, maior estabilidade dos processos e melhor experiência do paciente e da família.
O uso de plataformas digitais corrobora com o modelo do Quadruple Aim, que preconiza a melhoria simultânea da experiência do paciente, dos resultados clínicos, da redução de custos e do bem-estar dos profissionais. Organizações com maior maturidade digital demonstram melhor desempenho nesses quatro pilares, reforçando que a digitalização não é apenas uma ferramenta, mas um componente estratégico para sustentabilidade e crescimento⁵.
Apesar dos benefícios amplamente relatados, autores destacam que a adoção efetiva de softwares exige readiness digital, treinamento, governança e revisão de fluxos internos. Interoperabilidade, migração de dados e barreiras culturais podem limitar resultados quando não são acompanhados de maneiraadequada⁶. Ainda assim, a literatura é unânime ao apontar que organizações que combinam tecnologia, processos estruturados e capacitação contínua conquistam ganhos operacionais sólidos, redução de custos e maior competitividade.
Assim, considerando o contexto acima citado, entende-se que softwares de gestão representam hoje um dos principais aceleradores de eficiência e qualidade no setor de saúde, sendo decisivos para empresas que buscam crescer com sustentabilidade, previsibilidade e excelência operacional.
Referências
1. Rojas-García A, Turner S, Pizzo E, et al. Impact of incomplete or manual documentation on patient safety and care coordination: a systematic review. Int J Med Inform. 2021;152:104503.
2. World Health Organization. Global strategy on digital health 2020-2025. Geneva: WHO; 2021.
3. Reyes P, et al. Digital transformation and operational efficiency in healthcare organizations. Health Informatics J. 2022;28(3):1460–72.
4. Silva E, Pereira A. Digitalização na atenção domiciliar pós-pandemia: tendências e impactos. Rev Saúde Digital. 2023;5(2):45-58.
5. Institute for Healthcare Improvement. Triple Aim or Quadruple Aim? Four Points to Help Set Your Strategy. Boston (MA): IHI; 2022.
6. Alotaibi N, Brown Wilson C, Traynor M. Enhancing digital readiness and capability in healthcare: a systematic review of interventions, barriers, and facilitators. BMC Health Serv Res. 2025;25:500.
Escrito por Ana Carolina Custodio

